24 de agosto de 2009

Em dez anos, número de transplantes realizados no Brasil dobrou

O último relatório divulgado pela ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), mostrou que o número de transplantes realizados anualmente no país mais do que dobrou em dez anos. Em 2008 foram feitos 5.373 procedimentos, contra 2.362 realizados em 1998. 

Ao todo, foram feitos em dez anos 45.955 transplantes de órgãos no país. Apesar do avanço, o Brasil está longe de atender a todos os que precisam de um novo órgão. A cada ano, a lista de espera aumenta. São quase 69 mil pessoas na fila. Segundo o cirurgião Ben-Hur Ferraz Neto, vice-presidente da ABTO, o aumento da fila ocorre justamente porque a cada ano os transplantes ficam mais desenvolvidos.

Rafael Paim Cunha Santos, presidente da ONG Adote do Rio, diz que o incentivo à doação é um dos pontos que o Brasil precisa melhorar. "A média de doadores por milhão chega a ser cinco vezes maior em um país como a Espanha. Há muito espaço para melhorar", explica. Entre os problemas atuais, ele destaca a subnotificação dos casos de morte encefálica e a ausência de neurologistas nos hospitais.

Em 2008, a taxa de doações, segundo a ABTO, cresceu 15%. O número de doadores por milhão de habitantes chegou a 7,2. A meta, para este ano, é elevar o índice para 8,5. 

Segundo a ABTO, enquanto no Piauí há 0,3 doador por milhão de habitantes, em Santa Catarina o índice chega a 16,7. É a primeira vez em que um Estado consegue superar o índice de 15 doadores por milhão. 

A maioria dos transplantes realizados no país é de rim. Foram 3.780 em 2008, um recorde. Há, porém, cerca de 34 mil à espera de um rim hoje. Os transplantes de córnea também ultrapassaram a marca de 2.000 (mas são hoje 26 mil pessoas na fila). 

No final do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou um pacote para aumentar ainda mais o número de transplantes e aperfeiçoar o sistema no país. O cadastro de pacientes pela internet e o acompanhamento do andamento da fila pela rede foram algumas das medidas divulgadas.