28 de agosto de 2012

Com boa gestão, produção orgânica pode igualar produção convencional


Vários estudos enfatizam a necessidade de mudanças na produção mundial de alimentos. Segundo as pesquisas, a agricultura deve atender ao duplo desafio de alimentar uma população que não para de crescer e, simultaneamente, minimizar o seu impacto ambiental.

Um estudo publicado na revista Nature mostra que a agricultura orgânica, sistema destinado a produção de alimentos com o mínimo de danos aos ecossistemas, animais ou seres humanos, é frequentemente proposto como uma solução. No entanto, críticos argumentam que tal sistema pode ter rendimentos mais baixos e, portanto, precisa de mais terra para produzir a mesma quantidade de alimentos que fazendas convencionais, resultando num maior desmatamento e perda de biodiversidade.


Através de uma meta-análise, os pesquisadores, Verena Seufert, Navin Ramankutty e Jonathan A. Foley, examinaram o desempenho relativo de rendimentos de sistemas de cultivo orgânico e convencional no mundo. Segundo eles, a análise dos dados mostra que, globalmente, os rendimentos orgânicos são tipicamente mais baixos do que os rendimentos convencionais. Mas estas diferenças de rendimento são altamente contextual, dependendo do sistema e características do local.

Eles concluem que, sob certas condições, isto é, com boas práticas de gestão, tipos de culturas particulares e condições de crescimento, sistemas orgânicos podem quase igualar a produção convencional. “Para estabelecer a agricultura orgânica como uma importante ferramenta na produção sustentável de alimentos, os fatores limitantes de rendimentos orgânicos precisam ser melhor compreendidos, ao lado de avaliações dos muitos benefícios sociais, ambientais e econômicos de sistemas de cultivo orgânico”, dizem no estudo.

Fonte: estudo “Comparing the yields of organic and conventional agriculture” – Nature 485, 229–232 (10 May 2012)

Foto: Agriculturasp (Flickr)