14 de agosto de 2010

Ameaça da extinção ronda os sapos, rãs e pererecas

O perigo da extinção ronda todos os seres vivos. O culpado? Adivinhem! O homem. São suas ações egoistas as grandes responsáveis pelas constantes ameaças da nossa flora e fauna. No estudo, "Os riscos de extinção de sapos, rãs e pererecas em decorrência das alterações ambientais", Vanessa Verdade, Marianna Dixo e Felipe Curcio explicam como o fantasma da extinção ameaça também esse grupo de animais.
 


A diversidade de anuros (popularmente conhecidos como sapos, rãs e pererecas) no mundo ultrapassa 5.600 espécies, e o Brasil é considerado atualmente o país que abriga a maior parte deles - 849. “Estar no topo desse ranking é motivo de orgulho para nós, mas exige muita responsabilidade. Quase 500 das espécies que vivem no país são endêmicas (exclusivas do Brasil). Isso significa que, se alguma delas for extinta, o mundo todo perde parte de sua diversidade”, explicam os autores.

 
A pesquisa mostra também que os anuros são um dos grupos de animais mais ameaçados de extinção no mundo - cerca de 30% deles correm risco de desaparecer nos próximos anos – e que desde 1980, 35 espécies já foram extintas na natureza. “Por apresentarem pele fina e permeável e, na maioria dos casos, fase larval que vive em ambiente aquático, esses animais são muito sensíveis a alterações tanto do ambiente aquático como do solo e do ar”, explicam.
 
 
Sapo Ponta-de-flecha. Esse é venenoso. Mas não é por isso que vamos deixá-lo morrer, né?
 

Um dos grandes problemas que os anuros (e todos os outros seres vivos) têm que superar é o fato de as áreas naturais estarem cada vez menores, mais alteradas e mais isoladas entre si. Com isso, muitas espécies deixam de encontrar no ambiente as condições necessárias para sobreviver. Uma espécie de perereca, por exemplo, que deposita ovos nas axilas de bromélias depende dessas para reproduzir. Se as bromélias desaparecerem, não haverá reprodução e a população deixará de existir.

Muitos anfíbios são considerados bioindicadores, pois sua pele permeável e o ciclo de vida em ambiente aquático e terrestre são características que os tornam suscetíveis a alterações no ambiente. “A sensibilidade de algumas espécies permite dizer que o ambiente não vai bem quando eles deveriam estar presentes e não estão. Mesmo em áreas em que o ambiente está aparentemente preservado, o desaparecimento de espécies de anfíbios nos diz que existe um problema. A crise é um importante alerta”, diz o estudo. O homem também bem que poderia usar sua sensibilidade para ver como seu estilo de vida está matando a natureza. 


Fonte: Agência Notisa