28 de setembro de 2009

Unicamp desenvolve combustível de avião mais limpo


A Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu um novo processo para a produção de bioquerosene, combustível utilizado em aviões. Utilizando vários tipos de óleos vegetais, um dos maiores benefícios desse processo são os altos índices de pureza do produto final, tornado o combustível menos poluente. E, além disso, mais barato, já que é possivel utilizar praticamente qualquer tipo de óleo vegetal como matéria-prima.

“Além de ser feito a partir de óleos vegetais, outra vantagem ambiental desse combustível renovável é que, ao emitir dióxido de carbono no ar em altitudes elevadas, ele contribui para o crescimento das plantas no solo, que absorvem o dióxido de carbono e conseguem manter seu balanço energético”, explica Maciel Filho, um dos coordenadores do Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen).

Não há registros de produtos semelhantes no mercado brasileiro ou internacional com um grau de pureza tão grande, cerca de 99,9%. “É exatamente esse alto nível de pureza que permite a utilização do biocombustível em altas altitudes”, diz Maciel. A obtenção de biocombustíveis para a aviação por propulsão a jato, um segmento importante nos transportes, está no âmbito do empenho mundial na redução da emissão de poluentes.

O custo final do bioquerosene é cerca de 30% mais barato que o querosene oriundo de fontes fósseis, devido, por exemplo, aos baixos custos de energia utilizada em seu processo de produção.

O bioquerosene já está dentro dos requisitos para combustível de aviação estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), e já há empresas interessadas em utilizá-lo, como a americana Continental Airlines.