6 de agosto de 2011

Um pouco sobre irrigação


A irrigação é uma tecnologia extremamente benéfica para a agricultura e para a sociedade, pois aumenta a produtividade, diminui os riscos inerentes à atividade e traz desenvolvimento para regiões vulneráveis. 


No mundo, 18% de toda a área agrícola são irrigadas. Aliás, esta área responde por 44% de toda a produção mundial, o que mostra a relevância desta prática.

No Brasil, a cultura que mais utiliza irrigação é a do arroz. A produtividade média do arroz irrigado é cerca de 70% superior ao arroz de sequeiro. Isso significa menor ocupação de terras agrícolas.
Mas como a água é um recurso que pode acabar, é fundamental adotar boas práticas de manejo na irrigação, a fim de aproveitá-la melhor.

Nesse sentido, algumas iniciativas podem ser destacadas, como o do Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz irrigado. Na década de 70, para cada hectare eram necessários 15 mil m3 de água para produzir 4 mil quilos de arroz.

Atualmente, se produz 7 mil quilos de arroz com apenas 8 mil m3 de água. Isto significa que, enquanto eram necessários quase 4 m3 de água para produzir cada quilo de arroz, hoje essa relação é próxima de 1.

Também vale destacar o crescimento no Brasil das áreas irrigadas com gotejamento e outras técnicas de baixo consumo de água. Tais tecnologias são bastante usadas em culturas de alto valor agregado como frutas, verduras e flores.

Na irrigação por gotejamento, a água é aplicada de forma pontual através de gotas no solo. Este sistema aplica água em apenas parte da área, reduzindo assim a superfície do solo que fica molhada, exposta às perdas por evaporação. Com isto, a eficiência de aplicação é bem maior e o consumo de água menor. Os emissores utilizados podem ser gotejadores ou microaspersores.

De acordo com o Relatório de Conjuntura da Agência Nacional de Águas, a irrigação da agricultura é responsável por 69% de toda água utilizada no território brasileiro, média próxima à mundial, que é de 70%. É importante destacar, porém, a diferença entre os tipos de uso das águas, que podem ser consuntivos ou não consuntivos.

  • Uso Consuntivo É quando, durante o uso, é retirada uma determinada quantidade de água dos manaciais e depois de utilizada, uma quantidade menor e/ou com qualidade inferior é devolvida, ou seja, parte da água retirada é consumida durante seu uso. Exemplos: abastecimento, irrigação, etc.

  • Uso Não Consuntivo É aquele uso em que é retirada uma parte de água dos mananciais e depois de utilizada, é devolvida a esses mananciais a mesma quantidade e com a mesma qualidade, ou ainda nos usos em que a água serve apenas como veículo para uma certa atividade, ou seja, a água não é consumida durante seu uso. Exemplos: pesca, navegação, etc.

Apesar do consumo de água para irrigação ser considerado consuntivo, em sua maioria a água usada na agricultura não é absorvida pelas plantas e sim penetra nos solos, atingindo rios e lençóis freáticos. Assim, essa água volta para o ciclo hidrológico praticamente com as mesmas características, a depender do manejo realizado na propriedade agrícola.

Wedis Martins