4 de agosto de 2012

Combate natural II - insetos

Como disse no post anterior (Combate natural I - caldas), um dos principais desafios da agricultura orgânica é encontrar os meios adequados de combater pragas e doenças sem a utilização de pesticidas. Além das caldas, outra estratégia para contornar esse problema é o controle biológico por conservação, que utiliza insetos e parasitóides existentes naturalmente no ambiente para controle dos insetos que se alimentam de plantas e são indesejáveis na produção agrícola.

Um grupo da Embrapa, que conta com a entomóloga Alessandra de Carvalho Silva, vem empregando plantas que fornecem abrigo e alimento alternativo para esses “reguladores naturais”.


Ela explica que para que os insetos desejáveis sejam atraídos e mantidos na área de produção, são usadas plantas que fornecem pólen, néctar e insetos diferentes de pragas agrícolas. Uma vez presentes nos terrenos, eles acabam se alimentando das pragas que infestam as plantações.

A couve, por exemplo, tem como praga um tipo de pulgão, que é o alimento preferencial de algumas joaninhas (nome popular dos insetos coleópteros da família Coccinellidae). Quando se planta couve com coentro, atraindo pulgões de outra espécie, a joaninha se instala permanentemente no local porque encontra esse alimento, além daqueles fornecidos pelas flores, e acaba também se alimentando da praga da couve.

Alessandra conta que o mesmo acontece se associamos a plantação a uma espécie de adubo verde, chamada Gliricídia. Além de fertilizar o solo com uma planta de adubo verde, suas flores atraem as joaninhas por causa dos pulgões ali presentes.

Wedis Martins

Fonte: revista Rio Pesquisa - Faperj
Foto: Tatah (Flickr)