Como disse no post
anterior (Combate natural I - caldas), um dos principais desafios da
agricultura orgânica é encontrar os meios adequados de combater pragas e
doenças sem a utilização de pesticidas. Além das caldas, outra estratégia para
contornar esse problema é o controle biológico por conservação, que utiliza
insetos e parasitóides existentes naturalmente no ambiente para controle dos
insetos que se alimentam de plantas e são indesejáveis na produção agrícola.
Um grupo da Embrapa, que conta com a entomóloga Alessandra de Carvalho Silva, vem empregando plantas que fornecem abrigo e alimento alternativo para esses “reguladores naturais”.
Um grupo da Embrapa, que conta com a entomóloga Alessandra de Carvalho Silva, vem empregando plantas que fornecem abrigo e alimento alternativo para esses “reguladores naturais”.
Ela explica que
para que os insetos desejáveis sejam atraídos e mantidos na área de produção,
são usadas plantas que fornecem pólen, néctar e insetos diferentes de pragas
agrícolas. Uma vez presentes nos terrenos, eles acabam se alimentando das
pragas que infestam as plantações.
A couve, por
exemplo, tem como praga um tipo de pulgão, que é o alimento preferencial de
algumas joaninhas (nome popular dos insetos coleópteros da família
Coccinellidae). Quando se planta couve com coentro, atraindo pulgões de outra
espécie, a joaninha se instala permanentemente no local porque encontra esse
alimento, além daqueles fornecidos pelas flores, e acaba também se alimentando
da praga da couve.
Alessandra conta
que o mesmo acontece se associamos a plantação a uma espécie de adubo verde,
chamada Gliricídia. Além de fertilizar o solo com uma planta de adubo verde,
suas flores atraem as joaninhas por causa dos pulgões ali presentes.
Wedis Martins
Fonte: revista Rio Pesquisa - Faperj
Foto: Tatah (Flickr)
Foto: Tatah (Flickr)