6 de janeiro de 2011

A ciência no Brasil

Vários dados comprovam o avanço da ciência no país. Como exemplos, posso citar que nos últimos 10 ou 12 anos a produção científica do Brasil aumentou consideravelmente, tendo chegado a mais de 20.000 artigos científicos publicados/ano. E que o país ocupa o 13º lugar na classificação da Thomson Reuters (dona do Instituto for Scientific Information, onde se situa o Web of Science), à frente de países como Holanda, Israel e Suíça. Além do fato de que, atualmente, o Brasil forma cerca de duas vezes mais doutores do que formava em 2001.  

Mas se por um lado, a ciência brasileira está decolando, por outro, problemas significativos ainda persistem. Problemas muitas vezes básicos, como o sistema público de ensino fundamental e médio, que ainda é muito ruim. Isso reflete, por exemplo, no deficiente número que o país dispõe de profissionais técnicos. E quando um estudante chega lá no ensino superior, falta estrutura, falta bons professores, falta incentivo, empreendedorismo e distanciamento do setor privado - ver mais sobre esse assunto em : http://www.eng.uerj.br/entrevistas/pauloalonso/
 
Personagens do quadrinho 'Mateo y Cientina', que ensina matemática a crianças por meio de historinhas (Foto: Reprodução)
 
A edição da revista Science, do dia 3/11/2010, traz um artigo para nos lembrar de outros problemas que a ciência brasileira enfrenta. A revista mostra, por exemplo, que os maiores gastos e, consequentemente, os resultados, nessa área estão concentrados no Sudeste do Brasil. Só o Estado de São Paulo tem metade da produção de artigos científicos. Sérgio Salles-Filho, engenheiro especialista em política científica da Universidade Estadual de Campinas, em entrevista à Folha Online, vai mais além e diz que existe um buraco entre o conhecimento produzido pela florescente ciência brasileira e seu impacto na vida das pessoas. "Fazer ciência apenas para aparecer em rankings internacionais não é boa coisa. Há uma visão míope de que o artigo científico é o fim último da ciência. É preciso medir suas consequências para a sociedade". 

Mas estamos no caminho certo. Uma das áreas destacadas pela Science é a agrária. Instituições como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) mostram que o país está se transformando de um exportador de matéria-prima para um desenvolvedor de produtos com base em atividade científica.

Um novo ano se incia e junto com ele um novo governo. O novo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, tem muitos desafios pela frente. Ao meu ver, o maior de todos é democratizar a ciência, tanto na hora de fazer, quanto na hora de colher os frutos das pesquisas.

Fontes: folhaOnline e http://quipronat.wordpress.com/2010/12/04/a-science-fala-da-ciencia-do-brasil/