12 de maio de 2011

Por que o código florestal é tão importante?

O Brasil possui uma imensa vocação florestal. São quilômetros e mais quilômetros de áreas verdes (61% do território brasileiro) que nos trazem benefícios inquestionáveis. O atual código florestal protege essas áreas e nos assegura esses benefícios. Porém, interesses econômicos o ameaça.

Já não cabe discutir se revisá-lo é importante ou não. Está bem claro que sua alteração é essencial, já que o código é de 1965 e não mais atende às particularidades dos diferentes biomas e às realidades socioeconômicas das diversas regiões do país, sendo sua aplicação hoje restrita. Porém, como reforçam entidades ambientais, essas alterações devem facilitar sua aplicação, não diminuir a proteção de áreas ambientalmente importantes, responsáveis pela promoção do desenvolvimento sustentável do país. O Brasil deve honrar sua vocação para as florestas. Aliás, o Brasil deve honrar seu nome, já que é o único país do mundo que deve seu nome ao de uma árvore. Para entender porque o código florestal é tão importante, assista esse vídeo:

Principais Estatísticas Nacionais (fonte: Serviço Florestal Brasileiro) Ano base 2009

População total (2010) - 191 milhões

Área total do país - 851 milhões de ha

Área florestal total - 516 milhões de ha

Proporção da área florestal em relação à área total do país - 60,7 %

Área florestal por habitante - 2,7 ha

Área de florestas naturais - 509,8 milhões de ha

Área de florestas plantadas - 6,8 milhões de ha

Área de unidades de conservação federais - 74 milhões de ha

Área de terras indígenas - 106 milhões de ha

Área de florestas públicas cadastradas (2010) - 290 milhões de ha

Área de florestas comunitárias federais - 128 milhões de ha

Áreas de florestas públicas sob concessão florestal - 146 mil ha

Total de carbono armazenado nas florestas - 62,6 milhões de t

Empregos formais no setor florestal - 615,9 mil

Área de florestas certificadas - 7,6 milhões de ha

Produção de madeira serrada (2008) - 42,2 milhões de m3

Produção de painéis - 7,2 milhões de m3

Produção de celulose - 13,2 milhões de t

Produção de papel - 8,8 milhões de t

Extração de madeira em tora para combustível - 123,0 milhões de m3

Extração de madeira em tora para indústria - 122,2 milhões de m3

Principais produtos não madeireiros extraídos das florestas naturais

- Erva-mate 218,1 mil t

- Açaí 115,9 mil t

- Amêndoa de babaçu 109,3 mil t

- Piaçava 72,2 mil t

Exportações do setor florestal - 7,2 bilhões de US$

Importações do setor florestal - 1,6 bilhão de US$

Principais países importadores de produtos madeireiros do Brasil

- Estados Unidos 1,26 bilhões de US$

- China 1,20 bilhões de US$

- Holanda 514 milhões de US$

Baixe o livro: Florestas do Brasil em Resumo 2010 - MMA

8 de maio de 2011

Um trator que também é caminhão

As funções básicas de um trator são: arar a terra, tracionar cargas e auxiliar no cultivo. Mas, se depender de pesquisadores do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais, vem mais coisa por ai. Eles estão desenvolvendo um veículo misto, que reúne as funções de trator e caminhão em um só equipamento. Ou seja, além das funções que citei, o veículo irá transportar pessoas e mercadorias. "A proposta é fazer um veículo que seja utilizado em fazenda para atividades típicas de trator e possa andar em estradas, sem atrapalhar o trânsito como um trator, que anda a 6km/h”, explicou o coordenador da pesquisa, Ramon Molina, à revista Minas Faz Ciência (42º edição). Segundo ele, já existem veículos assim em outros países, mas não são utilizados com essa finalidade e são muito caros.
Protótipo do veículo misto
Na aparência, o veículo misto em desenvolvimento lembra um trator. Na cabine, há espaço apenas para o motorista. Quando usado na estrada, pessoas e mercadorias podem ser transportadas na parte traseira. Sua velocidade não ultrapassa os 6 km/h e, quando caminhão, atinge 70 km/h. De acordo com o professor Ramon, a proposta é que o veículo atenda a pequenos e médios fazendeiros, oferecendo a opção de dois veículos em um, já que nem todos conseguem manter um trator e um veículo de estrada ao mesmo tempo. “Uma família sem muitos recursos teria só o trator, mas, com o veículo misto, o fazendeiro poderia comercializar os produtos na cidade, transportando a mercadoria ou até mesmo passear com a família nos fins de semana”, disse. O mais interessante é a preocupação de que o produto chegue ao mercado com custo razoável, exatamente para que seja acessível a esse público. Contudo, o valor aproximado do veículo só será possível estimar após a realização de mais testes. Enquanto isso, o grupo deixa o protótipo ser usado por alguma fazendo e o apresenta em exposições de inovação tecnológica. Assim, eles podem observar seu desempenho no dia-a-dia e expô-lo ao público para que surjam interessados em projetá-lo e construí-lo em série.
Fonte: revista “Minas Faz Ciência”, edição 42