10 de maio de 2010

Caça às baleias: a legalização da crueldade

Países como o Japão são responsáveis pela morte de milhares de baleias por ano. A caça a esses animais, embora seja proibida internacionalmente desde 1989, movimenta um grande negócio. No Japão, a atividade é realizada sobre o pretexto de estudo científico. Mas, como o excedente da carne é vendido para consumo, não é difícil suspeitar que o programa funcione como uma “maquiagem” para a pesca comercial. A Noruega e a Islândia também desafiam a proibição sob outras exceções. Juntas, elas capturam anualmente 3 mil baleias. A atividade do modo como é feita não poderia ser mais cruel (veja a foto abaixo). E agora tivemos que assistir a legalização dessa crueldade, pois uma decisão da Comissão Internacional da Baleia (CIB) autorizou que esses três países matem livremente pelos próximos dez anos os animais.
Trabalhadores cortam baleia em navio japonês. Foto de John Cunningham/Rex Features/The Guardian
A CIB argumenta que com o acordo os países terão que cumprir uma quota de captura. E que a permissão da atividade sob limites bem definidos ajudaria a melhorar o modelo atual de pesca, sobre o qual não há nenhum controle. O Japão, por exemplo, que captura anualmente 320 baleias das espécies Sei e Mike, passaria a capturar 210.
A carne de baleia no dia-a-dia Made in Japan A carne de baleia está nos supermercados, Made in Japan … é servida como hot-dog, Made in Japan … vendida em fatias de sashimis Made in Japan … recheia suculentos hambúrgueres Made in Japan … e acompanha bentôs
Essa proposta louca será debatida em uma reunião geral da Comissão, em junho, no Marrocos. Até lá, eu não acho que capturar 210 invés de 320, ou 500 invés de 1000, faça alguma diferença. O ato cruel continua existindo e o risco de extinção dos animais também. O que podemos comemorar por enquanto é o fato de a pressão internacional em condenar a matança dos cetáceos está fazendo com que os japoneses parem de comer esse tipo de carne. Os jovens são os que mais deixaram de come-lá nos últimos anos. Fontes: Estadao; blogdasciam; wspabrasil; Guardian