1 de julho de 2010

Estudo mostra o perigo do mercúrio nos oceanos

Até hoje, a maior parte dos esforços para controlar a contaminação da natureza por mercúrio tem sido em relação à presença do metal na atmosfera e em água doce. Porém, um estudo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, constatou que o perigo maior é quando o mercúrio se encontra em águas salgadas. Perigo esse que envolve a saúde de nós humanos.
Em situações normais, a natureza transforma o metilmercúrio - versão potencialmente perigosa do mercúrio - em uma forma menos tóxica, por meio da ação da luz solar. "Quando o metilmercúrio é ligado à matéria orgânica dissolvida, como plantas ou animais decompostos, a luz do sol quebra a molécula, explica Heileen Hsu-Kim, um dos autores do estudo.
Mas o mesmo não ocorre quando o elemento se encontra no mar. Nessas condições, o metilmercúrio permanece fortemente ligado ao cloreto, não sendo degradado com facilidade pela luz solar. Com isso, animais marinhos podem ingerí-lo.
É ai que reside o perigo para a saúde humana: Nós somos grandes consumidores de animais marinhos. E com isso, acabamos sendo contaminados pelo mercúrio que fica armazenado nos órgãs de paixes e frutos do mar. Aliás, a tendência de armazenamento de metilmercúrio é algo natural nesses seres. A ingestão deles é o principal modo de contaminação do metal em humanos.
Foto: Fla Barbieri
O mercúrio é um metal pesado que existe naturalmente no meio ambiente. Porém, atividades humanas como a mineração, a queima de carvão e os incêndios florestais, estão contribuindo largamente para presença dele nos ecossistemas. Quando o metal se acumula em algum lugar, a ação de organismos anaeróbicos faz com que ele seja transformado quimicamente em metilmercúrio (C2H6Hg). Este é uma neurotoxina potente que, uma vez ingerida, pode provocar problemas nos rins, no sistema nervoso e até mesmo morte. A ingestão da substância é particularmente perigosa nos casos de gravidez, podendo causar problemas neurológicos na criança. Os peixes absorvem metilmercúrio alimentando-se de organismos aquáticos. Peixes maiores e com uma vida mais longa alimentam-se de outros peixes, ao longo da sua vida, acumulando assim níveis maiores de metilmercúrio até que o elemento chegue até nossos pratos. Infelismente o cozimento do peixe ou sua exposição ao calor não reduz os níveis de mercúrio.
Fontes: Agência Fapesp e peregrinacultural.wordpress.com