2 de novembro de 2009

Lixo eletrônico não para de crescer

Objetos eletrônicos são hoje o tipo de resíduo sólido que mais cresce na maioria dos países, mesmo nos em desenvolvimento. Um dos grandes problemas de tal lixo está nas baterias, que contêm substâncias tóxicas e com grande potencial de agredir o ambiente. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, em artigo para a revista Science, criticam a falta de políticas públicas adequadas de reciclagem para estes resíduos.
O artigo, "The electronics revolution: from e-wonderland to e-wasteland", destaca que os impactos ambientais ocorrem não apenas na hora de descartar os equipamentos eletrônicos, mas durante todo o ciclo de vida dos produtos, desde a fabricação ou mesmo antes, com a mineração dos metais pesados usados nas baterias.

Grande parte do lixo eletrônico produzido no mundo é exportado para fora de seu país de origem. A maioria vai para países subdesenvolvidos, especialmente na África. Se trata de material perigosíssimo, que é desmontado ilicitamente, sem qualquer preocupação com o meio ambiente, em lixões e por pessoas carentes, muitas vezes, crianças. Essa prática é uma violência a saúde dessas pessoas, pois elas trabalham diretamente na desmontagem das peças e na separação do material descarregado, sem a utilização de qualquer equipamento de proteção.
“Isso cria riscos de toxicidade consideráveis em todo o mundo. Por exemplo, a concentração média de chumbo no sangue de crianças que vivem em Guiyu, na China, destino conhecido de lixo eletrônico, é de 15,2 microgramas por decilitro”, contam os pesquisadores. Os pesquisadores estimam que cada residência nos Estados Unidos guarde, em média, pelo menos quatro itens de lixo eletrônico pequenos (com 4,5 quilos ou menos) e entre dois e três itens grandes (com mais de 4,5 quilos). Isso representaria 747 milhões de itens, com peso superior a 1,36 milhão de toneladas.

O site lixoeletronico.org elaborou duas tabelas de legislação que comparam as principais leis e normas que regulamentam resíduos sólidos e lixo eletrônico no mundo e no Brasil. Se você notar a ausência de alguma lei, por favor, informe. Clique nas imagens para aumentá-las.

Na tabela abaixo encontramos marcos legislativos pioneiros que inspiraram outras legislações mundo afora, conduziram o rumo dos programas ambientais da indústria eletrônica e alavancaram a discussão do impacto social e ambiental dos eletro-eletrônicos

Algumas das leis e normas desta segunda tabela são importantes marcos na história de nosso país, outras ainda estão em projeto.

O artigo da revista Science aponta que, apesar do tamanho do problema, 67% da população no país não conhece as restrições e políticas voltadas para o descarte de lixo eletrônico. Além disso, segundo os autores, os Estados Unidos não contam com políticas públicas e fiscalização adequadas para a reciclagem e eliminação de substâncias danosas dos produtos eletrônicos É urgente, segundo os pesquisadores, que os governos coloquem em prática medidas urgentes para lidar com os equipamentos eletrônicos descartados. Eles também destacam a necessidade de se buscar alternativas para os componentes que causem menos impactos à saúde humana e ao ambiente. Fontes: Agência Fapesp e http://www.lixoeletronico.org/search/node/tabela