De acordo
com a autora, a zootecnista Júlia Corá Segat, o Brasil ocupa atualmente a 4ª posição
entre os produtores mundiais de carne suína. Essa produção em pequena área
territorial gera uma grande quantidade de dejetos de suínos por unidade de
área agrícola. Isso porque a alternativa mais utilizada para descarte desses
resíduos é a sua aplicação como fertilizante agrícola, prática que tem gerado
um dos maiores problemas de poluição ambiental e de impacto nos organismos que
habitam os solos.
A
zootecnista avaliou por meio de testes ecotoxicológicos os efeitos de doses
crescentes de dejeto de suínos — 0, 25, 50, 75 e 100 metros cúbicos por
hectare. Em diferentes tipos de solo (Argissolo Vermelho Eutrófico, Latossolo
Vermelho Distrófico, Neossolo Quartzarênico e Solo Artificial Tropical)
avaliou-se a sobrevivência, a reprodução e o comportamento de minhocas (Eisenia andrei) e
colêmbolos (Folsomia
candida), uma espécie de inseto.
Segundo ela,
os resultados das avaliações com minhocas mostraram que no Neossolo
Quartzarênico a toxicidade do dejeto causou letalidade a 100% dos animais nas
duas maiores doses testadas.
Os
resultados dos testes em colêmbolos mostraram toxicidade em todas as doses
testadas, causando letalidade significativa na menor dose de dejeto aplicada.
As doses usadas para o teste de reprodução causaram redução no número de
juvenis gerados em todos os solos testados. E no teste de comportamento foi observada fuga
dos organismos do solo tratado com as duas maiores doses de dejeto de suínos.
Ecotoxicologia
terrestre
A ecotoxicologia terrestre é utilizada para avaliar efeitos de substâncias que, quando adicionadas aos solos, causam impactos em organismos, mensurando as respostas de alterações na taxa de letalidade, reprodução, desenvolvimento e comportamento de organismos edáficos padronizados.
A ecotoxicologia terrestre é utilizada para avaliar efeitos de substâncias que, quando adicionadas aos solos, causam impactos em organismos, mensurando as respostas de alterações na taxa de letalidade, reprodução, desenvolvimento e comportamento de organismos edáficos padronizados.
De acordo
com Júlia, no Brasil a ecotoxicologia terrestre é uma ferramenta nova e pouco
utilizada, que vem sendo aos poucos implantada no país. Já na Europa é
amplamente usada e até obrigatória para indicar a toxicidade de resíduos que possam
ter como destino os solos.
Wedis Martins
Fonte: agência USP
Fonte: agência USP