Vários estudos enfatizam a necessidade de mudanças na produção mundial de alimentos. Segundo as pesquisas, a agricultura
deve atender ao duplo desafio de alimentar uma população que não para de
crescer e, simultaneamente, minimizar o seu impacto
ambiental.
Um estudo publicado na revista Nature mostra que a agricultura orgânica, sistema destinado a
produção de alimentos com o mínimo de danos aos
ecossistemas, animais ou seres humanos, é frequentemente proposto como uma solução. No
entanto, críticos argumentam que tal sistema
pode ter rendimentos mais baixos e, portanto, precisa de mais terra para produzir a mesma quantidade de
alimentos que fazendas convencionais,
resultando num maior desmatamento e perda de biodiversidade.
Através
de uma meta-análise,
os pesquisadores, Verena Seufert,
Navin Ramankutty e Jonathan A. Foley, examinaram o desempenho relativo de rendimentos de
sistemas de cultivo orgânico
e convencional
no mundo.
Segundo
eles, a análise dos dados mostra
que, globalmente,
os rendimentos
orgânicos
são tipicamente mais baixos
do que
os rendimentos
convencionais.
Mas estas
diferenças de rendimento
são altamente
contextual,
dependendo do sistema e características do local.
Eles concluem que, sob certas
condições, isto é, com boas
práticas de gestão, tipos de culturas particulares e condições de crescimento,
sistemas orgânicos podem quase
igualar a produção convencional. “Para estabelecer a agricultura orgânica como
uma importante ferramenta na produção
sustentável de alimentos, os fatores limitantes de
rendimentos orgânicos precisam ser melhor compreendidos, ao
lado de avaliações dos muitos benefícios
sociais, ambientais e econômicos de
sistemas de cultivo orgânico”, dizem no estudo.
Fonte: estudo “Comparing the yields of organic and
conventional agriculture” – Nature 485, 229–232 (10 May 2012)
Nenhum comentário:
Postar um comentário